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Whole Lotta Love - Led Zeppelin

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Quem é Caaru?

Caaru iniciou sua trajetória artística ainda criança, inicialmente como atriz em 1995 na CIA TEATRAL TXAI, com a peça A Dança de Aruanã, escrita e dirigida por Gilmar Soares Karai Mamby, que abordava a consciência e defesa da natureza, dos povos indígenas e trazia a magia dos elementais e do nosso folclore brasileiro. Em 97, foi incentivada por um de seus mestres, Sr. Inácio Gurgel a se jogar no mundo da música o que transformou toda sua vida. Nascia ali uma multiartista, que precocemente se destacava em tudo o que fazia e mesmo sendo ela de origem simples, criava asas e ia além.

 

Entre apresentações artísticas diversas que passeavam entre o mundo do teatro e as noites de São Paulo, Caaru estudou Artes Cênicas no Sesi Osasco entre os adultos, aprendeu maquiagem artística e violão popular, compunha as próprias canções, ensinava a confeccionar materiais cenográficos, figurinos e máscaras com reciclagem, participou de alguns festivais com o grupo Asas de Teatro e a peça O Pássaro da Liberdade, na direção de Wilton Amorim, que a fez concorrer nas indicações de melhor atriz e atriz revelação (Festival de Teatro de Paraguaçu Paulista / III Festival dos Trabalhadores – Teatro Mazzaropi / Festival do Teatro Paulista). No meio de tanta correria Caaru se despediu do teatro no ano 2000, musicalizando poemas do último espetáculo que viria a fazer parte, chamado Poemas Lançados ao Tempo se apresentando com sua mãe Vera, obras de Franco de Sá, Cruz e Souza, Cecilia Meireles, Mario Quintana e Fernando Pessoa numa apresentação belíssima de amor e gratidão a tudo que o cômodo mais especial da sua casa, do qual ela chama de palco te trouxe e ensinou junto ao teatro.

 

Em 2006, Caaru se casou e fundou a banda de entretenimento Jack Joe com Luiz Paraná, guitarrista e seu primeiro marido. A Jack Joe virou febre nas principais casas noturnas de São Paulo e interior, entre elas o Bourbon Street e o Bar Charles Edward. Era querida entre as festas particulares da elite com seu repertório que misturava vários estilos musicais, mas ao mesmo tempo não era brega e mais parecia uma banda de rock também. Em dezembro de 2009, Caaru deu à luz ao primeiro grande amor de sua vida, Pedrinho e no intuito de dar uma pausa na sua farta agenda e se dedicar a maternidade, em 2011 gravou um disco homônimo que carregava o nome artístico que adotou após seu casamento “Caroline Negrão”. Não era uma gravação para tentar a fama, era um presente para mostrar aos netos no futuro e uma forma de esquecer do passado em que teve suas músicas registradas por outra pessoa. O produtor e pianista do mesmo, Beto Paciello, batizou o estilo da Caaru como MPB com Pimenta, por conta da riqueza harmônica da MPB atrelada as outras influências da cantora como o rock e o blues e nele havia releituras de músicas de Paulinho Moska, Nasi, Zé Rodrix, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e Lenine. Com a música SEM VOCÊ de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, lançou um clipe pela Libertà Filmes no qual foi transmitido em rede nacional em canais como: MTV, Multishow, Canal BIS, Mix TV, Canal Brasil, entre outros. Porém vale ressaltar que não foi o trabalho dos sonhos da Caaru, porque ela queria um disco de rock e na hora do vamos ver, o produtor geral queira MPB e além disso encheu-lhe as paciências para cantar com um sotaque de uma típica paulistana com os R’s dos poRquês gritantemente marcados, o que para Caaru também não fazia sentido porque mais uma vez ela não estava conseguindo na música ser ela mesma na sua totalidade, o que também não permitiu que ela parasse de cantar com a própria banda Jack Joe, além de permanecer na correria como sócia/diretora e produtora da sua empresa até 2017, mesmo ano em que se separou. 

Caaru, em julho de 2022 deu a luz as gêmeas e enfrentou o momento no qual ela considera o mais delicado de sua vida sozinha e em 17 de março de 2023, ela ressurgiu no palco do Bar Charles Edward vestida dela mesma pela primeira vez em 26 anos só no mundo da música, usando o cocar da sua mãe e carregando nas mãos o cocar que sua vó lhe fez ainda criança. Trajando uma roupa feita de correntes da qual ela tirou durante a própria apresentação com a frase: “Me despeço das amarras dos hipócritas!”  

Caaru sem aviso, assumiu o nome que era para estar em seu documento desde sempre, ao invés de Caroline que por mais lindo que seja, a Caaru foi esperada por 9 meses, mesmo que na cabeça de seus pais este era para ser um homem. Caaru não sabe a etnia de seus antepassados, apenas sabe que seu avô materno que lhe criou fugiu da sua terra no Ceará após seu pai levar um tiro e em São Paulo seu Chico conheceu Dona Celina no qual foram adotados pelo mesmo casal, a espanhola Amália e o português Antero. Por parte de pai, seu avô paterno também tem sangue indígena, de traços não muito brasileiros, pele vermelha, olhos puxados, cabelo muito preto e liso e o mesmo nem se encontra no documento de seu pai, apenas a avó Dona Rita, de linhagem africana. O avô materno Chico ainda de etnia desconhecida”, porém depois de muita busca acreditam ser potiguara, criou sua familia como branco e não falava absolutamente nada sobre sua história. Segundo parentes indígenas, que assim são tratados independente do povo, os mais antigos fugiam mesmo perante os ataques e não passavam adiante nem mesmo a sua língua mãe para preservar sua vida e de seus familiares, o que nos dias atuais Caaru convivendo entre os aldeiados entende a dor do próprio avô e a vontade de tentar construir uma familia em paz e com dignidade.

Após essa dura escolha, montou sua primeira banda cujo show já era uma mistura de mpb, rock e músicas autorais e de cara abriu o show do Bruno e Marrone na cidade de Osasco, cidade em que cresceu. Caaru, trabalhou como cantora free-lancer nas famosas bandas de baile e  bandas de outros segmentos como: Nitro, Atlanta, Saint Paul, Dimensão 5, Época, Nova Era, Santa Maria, Primeira Mão, Porva Seca e Midnight Groove. Ainda tocando sua carreira solo, com 16 anos de idade, pela RC Produções abriu o show do Skank em Taubaté – SP e aos 17 abriu um show de Oswaldo Montenegro no Clube Atletico Aramaçan em Santo André – SP. Em 2005 Caaru, foi a única cantora desconhecida a se apresentar sem ter nenhum disco gravado na inauguração da Multimídia Trade Center, a sede da distribuidora de discos e mídias físicas da America Latina, A Universal. Neste mesmo ano a vontade de continuar trabalhando com música e cantar rock era tanta que entrou para a Banda Rock Story, a banda que deu origem a primeira banda com vocal feminino da noite de São Paulo, a famosa Almanak.

Nos conflitos pela guarda do filho que duraram um ano e que mexeram demais com sua saúde, fez com que ela se afastasse do palco quase que na marra pela primeira vez desde seus 10 anos de idade. Aproveitando este momento para se dedicar mais a espiritualidade e ao autoconhecimento. Estudou xamanismo e musicoterapia com foco em PcD e pessoas que sofrem de Alzheimer. Criando coragem para seguir as orientações dos avós maternos, no sentido de resgatar suas origens ancestrais e cuidar de gente. Numa experiência pessoal entre alguém que abraçava árvores e uma amiga com câncer, Caaru deixou de lado o medo e as crenças que asfataram-na do que lhe foi designado desde pequena. Caaru já nasceu diferente, sempre foi da terra e desde criança era precoce não só para encarar a vida, as próprias escolhas e sair no mundo para trabalhar e evoluir, quanto para peitar até a própria família sobre o que acreditava estar certo ou não. 

Em 2019, conheceu o italiano produtor e guitarrista Claudio Martini e juntos fundaram a Red Moon que infelizmente quando ficou pronta a banda, foram surpreendidos pela pandemia e após um acidente do diretor musical e baixista Adriano Franklin, Caaru não quis mais continuar com o projeto, mesmo considerando o fato que de forma híbrida conseguiram trabalhar mais que muita gente.

Em 2021, Caaru foi convidada para ser a voz da Banda Quebra-Cabeça por Luan irmão de Tom Morais, filhos do percussionista dos Novos Baianos Bola Morais. Cuja banda incrível surgiu de um show em homenagem ao próprio pai. Caaru nesse amor a primeira vista pelo projeto, aceitou o convite e juntos fizeram um único show em março de 2022 com ela ainda gravida de suas gêmeas Clara e Luna, no Estúdio Showlivre.

Caaru abraçou sua linhagem ancestral em todas as suas relações. E com a música, sua principal medicina e de maneira sutil, seu objetivo é trazer consciência da verdadeira riqueza do nosso chão. Nossa nação para ela é a mais bonita de todas por sua mistura de raças, povos, culturas e por isso não tem por que ter ainda vivo tanto preconceito, racismo e por aí vai. Para ela em honra a história que pouco sabe de si mesma, com amor ela fará seus ancestrais e os demais que um dia sofreram ou ainda sofrem de alguma forma serem lembrados e respeitados. Assim como a natureza, porque se ela morre pela ganância do homem, também nada da nossa espécie sobrará.